quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Depoimento da Sra. Maria de Nazareth Soares de Camargo Meira de Castro

Sra. Maria de Nazareth Soares de Camargo Meira de Castro
(Exercia o cargo de Presidente do Instituto Dona Ana Rosa, em São Paulo, na época em que Pe. Ângelo deu aulas de Ética e Moral a alunos carentes durante três anos.)
“Embora tenhamos recebido com tristeza a notícia do falecimento de Pe. Ângelo, agradecemos sua carta narrando os últimos fatos da caminhada desse grande missionário.
Só tivemos o privilégio de conhecê-lo por um curto espaço de tempo (anos 96 a 98), mas foi o suficiente para admirarmos sua suavidade, simpatia e grande espiritualidade.O Instituto Dona Ana Rosa é uma entidade que acolhe gratuitamente 1.200 crianças e jovens carentes, aos quais oferecemos muito amor, formação moral e cristã e também escolar, segundo sua faixa etária.
Temos 370 crianças na creche, dos 3 meses aos 7 anos de idade; 530 crianças na faixa de 7 aos 15 anos e 300 jovens dos 15 aos 17 anos que freqüentam nossos diversos cursos profissionalizantes. Foram esses adolescentes que se tornaram alunos de Pe. Ângelo.
Sua chegada ao nosso Instituto foi interessante. Sabendo que a casa abrigava tantas crianças e jovens, ele apenas foi chegando e oferecendo seus préstimos de professor de Ética e Moral. Naquele momento, creio que ele nem sabia com certeza que éramos católicos.
Foi então que contamos a ele um pouco da nossa história. Somos a mais antiga entidade beneficente do Brasil e temos a característica de ser de total responsabilidade de uma só família.
Fundada por meu bisavô, em 1874, até hoje, 126 anos depois, ainda é mantida e dirigida pelos seus descendentes.
Embora não sejamos uma escola confessional, nossa família Souza Queiroz é católica e contamos com o apoio e direção espiritual do Bispo de nossa Diocese, D. Emílio Pignoli.
Pe. Ângelo logo nos conquistou  a todos por sua bondade e carinho.Confesso à senhora que, a princípio, ficamos um pouco preocupados, sem saber como aquele grupo de adolescentes, naquela idade de irreverência e contestação, aceitaria a figura venerável daquele ancião.
Pe. Ângelo nos surpreendeu: conquistou de imediato aqueles jovens irrequietos que espontaneamente passaram a freqüentar suas aulas, cuja freqüência nunca foi obrigatória. Estou convencida de que seu segredo era sua santidade.
Ao partir para São José do Rio Preto, deixou muitas saudades. As últimas cartas que trocamos foram comoventes. A dele, demonstrando humildade, pedindo-nos uma carta de apresentação. Como se fosse necessário! E nossa resposta que espero tenha lhe demonstrado nossa amizade e gratidão.”

In Maria do Socorro Coelho Cabral. Op cit, pp.76-77.

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