(Bispo de Balsas, dentre outros cargos, exerceu o de presidente do CIMI – Conselho Indigenista Missionário e responsável pela Missão Ad-Gentes do Conselho Episcopal Latino-Americano – CELAM. Fundador da “Associação dos Amigos de Pe. Ângelo”. Foi nosso maior incentivador. Faleceu em Balsas, sul do Maranhão, em 17 de setembro de 2006, vítima de atropelamento.)
“O caminho missionário de Pe. Ângelo e a herança espiritual que ele nos deixou sem dúvida se inspiraram nos exemplos do Bem Aventurado Daniel Comboni, fundador dos Missionários Combonianos de quem Pe. Ângelo foi filho devoto e obediente.
Uma característica marcante na vida de Daniel Comboni foi a profunda e íntima comunhão que ele tinha com Cristo, Bom Pastor, que morreu na cruz de braços abertos, para dar a vida e unir todos os povos no grande abraço do Pai. Foi esta fé, esta união com Deus que lhe dava força e esperança nas dificuldades da missão.
Pe. Ângelo foi digno discípulo de seu fundador. Era um homem de oração, vivia constantemente unido a Deus e a Maria, a “Mãezinha Querida”. Para ele, Cristo era o centro e o protagonista da missão que levava à frente. Aí ele encontrava força e coragem.
Pe. Ângelo sempre se sentia feliz e empolgado, rezando pelas pessoas que era chamado a servir. Era um intercessor junto a Deus em favor de seu povo.
O exemplo dele nos recorda que a oração é o respiro da alma do cristão e que todos devemos colocar o Senhor como centro e protagonista de nossa vida e de nosso compromisso cristão.
Daniel Comboni tinha feito uma opção clara e decidida pelos pobres e abandonados que ele identificou nos povos da África dizimados pela fome, pelas doenças, pelas injustiças e opressões do colonialismo e da escravidão, esquecidos pela solidariedade internacional e sem a esperança que brota do encontro com a pessoa de Jesus.
Também Pe. Ângelo fez uma opção radical pelos pobres. Acolhia-os com amor e respeito. Visitava constantemente os doentes e os presos, e preocupava-se com os meninos de rua.
Sonhava poder trabalhar com os indígenas. Vivia com um jeito simples e humilde, sendo solidário com os pobres.
Ao mesmo tempo, convencido de que não bastava ‘dar o peixe’, mas é necessário ensinar a pescar’, se empenhou muito no campo da educação, dando atenção particular à formação dos futuros Presbíteros e dos futuros líderes da Sociedade.
Sem dúvida sua obra prima foi o Colégio São Pio X, que ele fundou e ao qual deu o melhor de si. Sua opção reinterpretada hoje na nossa realidade, nos estimula e nos compromete em favor da vida, nas situações em que ela é mais ameaçada, em que projetos econômicos e sociais baseados no egoísmo e na competição levam ao prevalecer do mais forte sobre o mais fraco, levam ao materialismo prático, ao desequilíbrio ecológico, à violência e à corrupção.
Pe. Ângelo nos ensina que a fidelidade a Cristo e ao Evangelho exige um estilo de vida buscado na simplicidade, na partilha com os pobres, na solidariedade, nas relações humanas e sociais e no compromisso político.
Há um outro aspecto em que Pe. Ângelo se revela discípulo de Daniel Comboni: a paixão pelo Reino e a generosidade no serviço missionário. Comboni dizia preferir morrer a renunciar a ser missionário na África. Pe. Ângelo até os últimos dias de sua vida, parecia sentir, no profundo de seu coração, o suspiro de São Paulo: ‘Ai de mim se eu não anunciar o Evangelho’ (1Co 9,16).
Com seu entusiasmo, com sua dedicação total, ele nos ensina que a vida não é uma propriedade particular de que possamos gozar egoisticamente. É, antes, um dom para os outros. Melhor ainda, é um ‘lava-pés’ (cf Jo 13, 4-15).
Ele nos recorda, com seu exemplo, que o batismo que temos recebido não é um privilégio, nem um passaporte para o Paraíso; mas é um compromisso para sermos generosos missionários e missionárias do amor que brota de Deus e que deve invadir e transformar o mundo.
Uma característica marcante na vida de Daniel Comboni foi a profunda e íntima comunhão que ele tinha com Cristo, Bom Pastor, que morreu na cruz de braços abertos, para dar a vida e unir todos os povos no grande abraço do Pai. Foi esta fé, esta união com Deus que lhe dava força e esperança nas dificuldades da missão.
Pe. Ângelo foi digno discípulo de seu fundador. Era um homem de oração, vivia constantemente unido a Deus e a Maria, a “Mãezinha Querida”. Para ele, Cristo era o centro e o protagonista da missão que levava à frente. Aí ele encontrava força e coragem.
Pe. Ângelo sempre se sentia feliz e empolgado, rezando pelas pessoas que era chamado a servir. Era um intercessor junto a Deus em favor de seu povo.
O exemplo dele nos recorda que a oração é o respiro da alma do cristão e que todos devemos colocar o Senhor como centro e protagonista de nossa vida e de nosso compromisso cristão.
Daniel Comboni tinha feito uma opção clara e decidida pelos pobres e abandonados que ele identificou nos povos da África dizimados pela fome, pelas doenças, pelas injustiças e opressões do colonialismo e da escravidão, esquecidos pela solidariedade internacional e sem a esperança que brota do encontro com a pessoa de Jesus.
Também Pe. Ângelo fez uma opção radical pelos pobres. Acolhia-os com amor e respeito. Visitava constantemente os doentes e os presos, e preocupava-se com os meninos de rua.
Sonhava poder trabalhar com os indígenas. Vivia com um jeito simples e humilde, sendo solidário com os pobres.
Ao mesmo tempo, convencido de que não bastava ‘dar o peixe’, mas é necessário ensinar a pescar’, se empenhou muito no campo da educação, dando atenção particular à formação dos futuros Presbíteros e dos futuros líderes da Sociedade.
Sem dúvida sua obra prima foi o Colégio São Pio X, que ele fundou e ao qual deu o melhor de si. Sua opção reinterpretada hoje na nossa realidade, nos estimula e nos compromete em favor da vida, nas situações em que ela é mais ameaçada, em que projetos econômicos e sociais baseados no egoísmo e na competição levam ao prevalecer do mais forte sobre o mais fraco, levam ao materialismo prático, ao desequilíbrio ecológico, à violência e à corrupção.
Pe. Ângelo nos ensina que a fidelidade a Cristo e ao Evangelho exige um estilo de vida buscado na simplicidade, na partilha com os pobres, na solidariedade, nas relações humanas e sociais e no compromisso político.
Há um outro aspecto em que Pe. Ângelo se revela discípulo de Daniel Comboni: a paixão pelo Reino e a generosidade no serviço missionário. Comboni dizia preferir morrer a renunciar a ser missionário na África. Pe. Ângelo até os últimos dias de sua vida, parecia sentir, no profundo de seu coração, o suspiro de São Paulo: ‘Ai de mim se eu não anunciar o Evangelho’ (1Co 9,16).
Com seu entusiasmo, com sua dedicação total, ele nos ensina que a vida não é uma propriedade particular de que possamos gozar egoisticamente. É, antes, um dom para os outros. Melhor ainda, é um ‘lava-pés’ (cf Jo 13, 4-15).
Ele nos recorda, com seu exemplo, que o batismo que temos recebido não é um privilégio, nem um passaporte para o Paraíso; mas é um compromisso para sermos generosos missionários e missionárias do amor que brota de Deus e que deve invadir e transformar o mundo.
Há um lindo poema do bispo dos pobres, Dom Hélder Câmara, que aqui desejo recordar:
Missão é partir, caminhar, deixar tudo, sair de si, quebrar a crosta do egoísmo que nos fecha no nosso Eu.
É parar de dar volta ao redor de nós mesmos como se fôssemos o centro do mundo e da vida.
É não se deixar bloquear nos problemas do pequeno mundo a que pertencemos:
A humanidade é maior.
Missão é sempre partir, mas não devorar quilômetros.
É sobretudo abrir-se aos outros como irmãos, descobri-los e encontrá-los.
E, se para descobri-los e amá-los, é preciso atravessar os mares e voar lá nos céus, então missão é partir até os confins do mundo.
É parar de dar volta ao redor de nós mesmos como se fôssemos o centro do mundo e da vida.
É não se deixar bloquear nos problemas do pequeno mundo a que pertencemos:
A humanidade é maior.
Missão é sempre partir, mas não devorar quilômetros.
É sobretudo abrir-se aos outros como irmãos, descobri-los e encontrá-los.
E, se para descobri-los e amá-los, é preciso atravessar os mares e voar lá nos céus, então missão é partir até os confins do mundo.
Este poema se aplica muito bem a Pe. Ângelo. Ele agora vive feliz no coração de Deus. Ele interceda por nós, para que rezemos como ele, bons samaritanos do amor e promotores da vida e da esperança neste mundo movido pelo egoísmo, pelo medo e pela morte.
Balsas, Festa de Todos os Santos, 2001. Dom Franco, Bispo diocesano de Balsas
In Apresentação do livro: Pe. Ângelo La Salandra -- Uma Vida, Uma Missão, de Maria do Socorro Coelho Cabral, pp. 7-9.
In Apresentação do livro: Pe. Ângelo La Salandra -- Uma Vida, Uma Missão, de Maria do Socorro Coelho Cabral, pp. 7-9.
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